Quando criança eu tive um breve contato com a
Língua Brasileira de Sinais, mais conhecida por LIBRAS, uma língua no qual os
deficientes auditivos utilizam para se comunicarem entre si, e com ouvintes. O
contato foi tão pouco que de fato perdi assim que cresci, nem lembro na real
quando foi o meu último contato com a língua. Só sei que depois de ser parada
por surdos pedindo informação na rua e não saber como ajudá-lo e não conseguir
se comunicar com alguns deficientes auditivos em uma empresa que trabalhava,
meu coração ganhou uma motivação para estudar.
A LIBRAS é algo que me encanta, apesar de ser
difícil, assim como aprender qualquer outra língua, a diferença é que essa a
gente utiliza a configuração de mãos [desenhos
nas mãos, no qual são feitos os sinais de acordo com ponto de
articulação].
Mas ao contrário do que muita gente pensa, a LIBRAS
não é uma medida pra aliviar a comunicação dos deficientes auditivos, mas é uma
língua natural como qualquer outra, ela possui estruturas sintáticas,
semânticas, morfológicas e etc. A diferença da LIBRAS para as outras é o uso
das mãos como o meio principal para emitir as mensagens.
E ao contrario do que pensam, a gente não aprende
de imediato o alfabeto, mas sim os parâmetros que compõem a língua, como:
configuração de mãos, a orientação, a movimentação em relação ao corpo e claro,
não menos importante, a expressão facial.
Nosso rosto precisa mudar a expressão de forma automática ao expressar algo
afirmativo, negativo ou até mesmo interrogativo.
Algo que também é bem diferente da nossa língua, é
que na LIBRAS não há conjugação de verbos, eles são sempre usados no infinito
(AR, ER, IR – lembram?). Não há finalizações de gênero em pronomes, no caso de:
ele, ela, dele, dela – e essas palavras escritas são finalizadas com um ‘@’.
Depois de aprendermos algumas dessas questões
importantes da língua, aprendemos o alfabeto, os numerais, cores, profissões,
materiais escolares, animais, alimentação e afins. Cada aula é uma nova descoberta, um novo encanto.
Ah, um detalhe. O nome próprio não tem sinal
correspondente, o que há é que cada pessoa possui seu próprio sinal, dado por
um surdo ou com a ajuda de pessoas do meio, no caso da turma em que estou, cada
aluno teve o sinal escolhido pela turma e professor. Como o meu sinal é em
movimento, coloquei um vídeo abaixo mostrando como é, a configuração de mão é
em formato da letra C fazendo movimento de cima pra baixo abrindo e fechando a
mão, como se estivesse apertando algo.
meu sinal em libras
Nossas avaliações são bem dinâmicas, temos aquela
nota ‘mara’ pelas participações nas aulas, oralidade expressiva no dia da prova e
uma prova escrita que é feita através de um vídeo auxiliar. Vídeos e imagens
são os materiais que compõem as aulas.
Como sei que algumas pessoas se interessam pelo
curso e tem a curiosidade de saber como consegui uma vaga no INES – Instituto
Nacional de Educação de Surdos no Rio de Janeiro. Eis que lhe digo, conheci o
instituto por uma amiga, que me informou que as vagas são fornecidas através
de um sorteio, claro, depois de você ter se inscrito no site.
Minha turma é 2017.1 e confesso que eu não
imaginava que iria conseguir passar, mas passei e tenho procurado valorizar
essa conquista de 2017. Eram 25 vagas para mais de 200 inscritos e fiquei na posição 18. Então se você
deseja cursar LIBRAS não desista, uma hora você conseguirá. 😃
Assim que abrir as inscrições para a próxima turma
eu aviso aqui e nas minhas redes sociais. Já sabe, começa a seguir e ficar de
olho.
Espero que esse post tenha esclarecido suas
possíveis duvidas a respeito da LIBRAS [lembrando que ainda estou no primeiro
período] e claro despertado sua vontade de conhecer mais e até cursar.
E se você ainda tiver alguma duvida não se limite,
deixa nos comentários que procurarei lhe esclarecer.
Bjks. 😉
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