3 de julho de 2017

CURSANDO LIBRAS

Quando criança eu tive um breve contato com a Língua Brasileira de Sinais, mais conhecida por LIBRAS, uma língua no qual os deficientes auditivos utilizam para se comunicarem entre si, e com ouvintes. O contato foi tão pouco que de fato perdi assim que cresci, nem lembro na real quando foi o meu último contato com a língua. Só sei que depois de ser parada por surdos pedindo informação na rua e não saber como ajudá-lo e não conseguir se comunicar com alguns deficientes auditivos em uma empresa que trabalhava, meu coração ganhou uma motivação para estudar.


A LIBRAS é algo que me encanta, apesar de ser difícil, assim como aprender qualquer outra língua, a diferença é que essa a gente utiliza a configuração de mãos [desenhos  nas mãos, no qual são feitos os sinais de acordo com ponto de articulação].

Mas ao contrário do que muita gente pensa, a LIBRAS não é uma medida pra aliviar a comunicação dos deficientes auditivos, mas é uma língua natural como qualquer outra, ela possui estruturas sintáticas, semânticas, morfológicas e etc. A diferença da LIBRAS para as outras é o uso das mãos como o meio principal para emitir as mensagens.

E ao contrario do que pensam, a gente não aprende de imediato o alfabeto, mas sim os parâmetros que compõem a língua, como: configuração de mãos, a orientação, a movimentação em relação ao corpo e claro, não menos importante, a expressão facial. Nosso rosto precisa mudar a expressão de forma automática ao expressar algo afirmativo, negativo ou até mesmo interrogativo.

Algo que também é bem diferente da nossa língua, é que na LIBRAS não há conjugação de verbos, eles são sempre usados no infinito (AR, ER, IR – lembram?). Não há finalizações de gênero em pronomes, no caso de: ele, ela, dele, dela – e essas palavras escritas são finalizadas com um ‘@’.

Depois de aprendermos algumas dessas questões importantes da língua, aprendemos o alfabeto, os numerais, cores, profissões, materiais escolares, animais, alimentação e afins. Cada aula é uma nova descoberta, um novo encanto.

Ah, um detalhe. O nome próprio não tem sinal correspondente, o que há é que cada pessoa possui seu próprio sinal, dado por um surdo ou com a ajuda de pessoas do meio, no caso da turma em que estou, cada aluno teve o sinal escolhido pela turma e professor. Como o meu sinal é em movimento, coloquei um vídeo abaixo mostrando como é, a configuração de mão é em formato da letra C fazendo movimento de cima pra baixo abrindo e fechando a mão, como se estivesse apertando algo.

meu sinal em libras 

Nossas avaliações são bem dinâmicas, temos aquela nota ‘mara’ pelas participações nas aulas, oralidade expressiva no dia da prova e uma prova escrita que é feita através de um vídeo auxiliar. Vídeos e imagens são os materiais que compõem as aulas.

Como sei que algumas pessoas se interessam pelo curso e tem a curiosidade de saber como consegui uma vaga no INES – Instituto Nacional de Educação de Surdos no Rio de Janeiro. Eis que lhe digo, conheci o instituto por uma amiga, que me informou que as vagas são fornecidas através de um sorteio, claro, depois de você ter se inscrito no site.

Minha turma é 2017.1 e confesso que eu não imaginava que iria conseguir passar, mas passei e tenho procurado valorizar essa conquista de 2017. Eram 25 vagas para mais de 200 inscritos e fiquei na posição 18. Então se você deseja cursar LIBRAS não desista, uma hora você conseguirá. 😃

Assim que abrir as inscrições para a próxima turma eu aviso aqui e nas minhas redes sociais. Já sabe, começa a seguir e ficar de olho.

Espero que esse post tenha esclarecido suas possíveis duvidas a respeito da LIBRAS [lembrando que ainda estou no primeiro período] e claro despertado sua vontade de conhecer mais e até cursar.

E se você ainda tiver alguma duvida não se limite, deixa nos comentários que procurarei lhe esclarecer.

Bjks. 😉


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