foto de 2015, de um ensaio em que fui modelo para uma amiga.
O papo agora é bem íntimo, é que esse tema já vem martelando na
minha cabeça há dias, se não meses e eu preciso falar sobre.
Eu sei que a tecnologia como um
todo veio para facilitar a nossa vida de todas as formas: agora dá pra pagar
conta através do internet banking; dá pra papear com amigos que estão a metros
ou quilômetros de distância de você sem gastar fortunas de dinheiro; dá pra
fazer pequenas manutenções do computador sem sair de casa; dá pra consumir
cama-mesa-banho-roupas online, dá pra comprar até eletrodoméstico no e-commerce;
dá pra aprender receitas de culinárias, receitas de sobrevivência e de quebra
você ainda pega umas dicas de como se maquiar.
É tanta informação que o cérebro recebe que fica até difícil de
conseguir armazenar isso tudo, no fim das contas a gente acaba apenas lembrando
daquilo que de fato vai fazer e usar.
Mas o que anda me preocupando é a forma que estamos vivendo a vida
online e como deixamos de viver a vida fora dela, das redes sociais.
Frequentemente pego transporte público e na maioria das vezes opto
por ler *mesmo que seja um pdf* do que estar online nas mídias sociais, faço
uma pequena contagem a minha volta e percebo que mais da metade das pessoas que
me cercam estão conectadas e concentradas em seus smartphones, mas nem se quer
viu quem sentou do seu lado.
É certeiro de que não conseguimos mais estar entre amigos sem nos
conectar ao telefone, sem querer registrar o momento para postar em alguma das mídias
~ essa eu posso dizer por mim, mas tenho procurado minimizar ~, os encontros
entre amigos não saem dos convites do facebook ou dos grupos do whatsapp, se
alguém interrompe seu momento de conversar com o crush ou de ficar passando
storie por storie você já fica irritado, se demoram pra responder a sua
mensagem você já quer reclamar, depois que o tio google evoluiu todo mundo tem
opinião pronta a respeito de qualquer coisa.
Só sei que tenho saudades de sentar na calçada com os amigos até
cair de sono e não aguentar mais conversar e contar sobre a semana e os planos
pra vida; de poder telefonar pra dizer que sinto saudades; de olhar nos olhos e
perceber o momento pelo o qual a pessoa está passando; de marcar um compromisso
e comparecer; de olhar as pessoas olho no olho; de trocar bilhetes ou cartas;
de fazer novas amizades nos transportes ou de jogar conversa fiada; de rir até
a barriga doer. E sinceramente, é com
poucos amigos que ainda consigo fazer isso porque sem perceber nos tornamos
prisioneiros da internet.
Ainda que a internet seja eficiente, unindo pessoas, juntando
amigos, criando networking, ajudando na divulgação de trabalhos e na criação de
novas áreas, a mesma também desfaz, exacerbação de seguidores, a quantidade de
amigos desconhecidos te dando like, os comentários com duplo sentido, são
causas disso.
Dá pra contar nos dedos sim as pessoas que conseguem lidar com
esse momento tecnológico que estamos vivendo e se não nos cuidarmos, podemos
nos tornar seres ainda piores, já que a tendência é de a internet se tornar o
maior meio de comunicação.
Estamos ausentes de amigos, não tratamos mais com o mesmo carinho
e zelo de antes, deixamos de ser empáticos e principalmente simpáticos, paramos
de perceber a aflição no olhar pra esperar uma publicação e ler nas entrelinhas
o que aquela pessoa está passando. Nos tornamos doentes mentalmente por querer
viver apenas atrás de uma tela que brilha e ainda faz mal aos olhos.
Então se ter uma vida mais real te interessa, viva mais a vida
off, ela também é boa, tenho experimentado e vale a pena. Que você consiga
sorrir e se preocupar mais com as pessoas que estão do seu lado e não com quem
está no topo do seu messenger ou do whatsapp. Considere viver mais com aqueles
que se achegam querendo estar perto de você.
Bjks.
Equilíbrio é a palavras de ordem! A tendência da nossa cultura é fazer com que fiquemos nos extremos e por isso que as coisas não andam tão bem. Adoro seus textos.
ResponderExcluirÉ verdade, a tendência desses dias é andar no extremo,principalmente quando se trata das redes sociais. Bj!
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