12 de setembro de 2017

RENNER, A ZARA BRASILEIRA


* foto do @minadas3minas - perfil de achados *

Faz um tempo que numa conversa despretensiosa com uma amiga, ficamos comparando os preços da renner. É que aos nossos olhos, dentre as lojas de departamento mais conhecida e acessíveis no Brasil, mas especificamente no RJ, a Renner é a que mais se sobressai pelo valor.

Ok, a C&A não fica para atrás em questão de preço, mas talvez em questão de qualidade de tecido dependendo da peça que você adquirir.

E nessa conversa ficamos falando sobre o preço exorbitante que está nas lojas renner e comparamos com a zara, que também tem aqui no Brasil.

E não só na questão de preço as duas se assemelham, mas também em escândalos sobre trabalho escravo, você sabia? Pois é, mas antes disso vou citar um pouco a história de cada uma para que vocês conheçam melhor.

A RENNER foi inaugurada em 1922 em Porto Alegre (RS). E após décadas de bom desempenho, a empresa passou por uma profunda restruturação e no inicio dos anos 90 começou a operar em formato de loja de departamento especializada em moda. A marca passou a expandir-se para outros estados com mercadorias em preços competitivos com as outras lojas do mercado. Apesar de toda a estrutura da marca, a mesma só foi lançar um e-commerce em 2010. E foi também em 2011 que ela adquiriu a camicado que é do segmento de casa e decoração, e 2013 lançou a Youcom, um novo modelo de negócio para o publico jovem em um ambiente de loja especializado.

Já a rede ZARA, é uma rede de lojas espanholas (que pasmem, eu achei que era algo lá das bandas americanas) que foi fundada em 1975 e pertence ao grupo Inditex. Atualmente a marca é considerada a segunda marca de roupas mais valiosa do mundo, sendo avaliada em 25.221 milhões de dólares. A primeira loja foi aberta em 1988 no Porto de Portugal. Há 1.770 lojas em 86 países.

Olhando a história das duas a gente até pode se surpreender com elas, mas nem tudo o que parece bom, de fato é.

A zara por ser uma marca de fora, normalmente quando o valor é colocado pro Brasil, tem a tendência de se tornar mais caro do que o comum. E sinceramente, já visitei algumas das lojas e nem achei lá essas coisas.

Mas o que acontece é que as duas caíram em escândalos de trabalho escravos “recentemente” e já que vivo apertando a tecla do consumo consciente por aqui, achei válido trazer essa informação pra vocês.

Equipes de fiscalização trabalhista flagraram pela terceira vez lá em agosto de 2011, trabalhadores da ZARA em situações bem semelhantes com a da escravidão. A equipe registrou contratações ilegais, trabalho infantil, condições degradantes, jornadas até 16h diárias, cobrança e desconto irregular de dividas dos salários e proibição de deixar o local de trabalho. E os trabalhadores só poderiam ser liberados em casos urgentes.

Já a renner foi responsabilizada por autoridades trabalhistas pela exploração de 37 costureiros bolivianos em regime de escravidão.  O flagrante aconteceu em novembro de 2014 em uma oficina de costura terceirizada na periferia de São Paulo. Os trabalhadores viviam em situações degradantes em alojamentos, cumpriam jornadas exaustivas e parte deles estava submetida à servidão por divida. A fiscalização responsabilizou a renner por aliciamento e trafico de pessoas.

Esses comportamentos são mais comuns do que a gente pensa. Marisa, M. Officer, Le Lis Blanc, Bô.Bô e algumas outras empresas também já foram flagradas em questões de trabalho escravo.

Trouxe a renner porque em questões de preço, fabricação exacerbada, empresa brasileira, tamanho e estilo, é a que mais se assemelha a Zara.

Acho que isso serve pra deixar a gente mais atento quanto ao que compramos nessas lojas e principalmente a sua forma de produção. Sempre que vem alguma etiqueta de produzido na China e outros países, fico pensando em quem produziu aquela peça.

Eu sei, já falei por aqui que é difícil a gente comprar em outros locais mais independentes, mas em breve trarei opções reais e com custo x beneficio bem melhor do que as de departamento.

Não encontrei mais flagras de 2 anos pra cá das marcas e espero não encontrar, ou se encontrarem algo, que seja para desmascarar o trabalho sujo que as empresas fazem questão de encobrir, esquecendo da humanidade e dignidade dos trabalhadores ali. 😉

Gostaria de ter fotos para de fato comparar os preços das peças, mas não tenho, assim que tiver quem sabe eu não atualize o post?!


Bjks. 

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